terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A FLORESTA AMAZÔNICA ESTÁ AMEAÇADA



O desmatamento na Amazônia não ocorre de forma uniforme na região norte do país, e os motivos variam de um estado para outro. Os estados de Tocantins e Mato Grosso, por exemplo, estão entre os mais desmatados em virtude da expansão da agropecuária e da atividade madeireira. Atividades que permitiram um aumento da renda da população local, apesar do índice de desenvolvimento humano dos municípios da região ser pequeno. Mas que ocasionaram alterações das condições sócio-ambientais como o comprometimento da biodiversidade e.o aquecimento global [1]. Já que com as queimadas, além da destruição de grandes extensões de floresta, as árvores que costumavam absorver dióxido de carbono (CO2, principal gás do efeito estufa) acabam por emiti-lo [2].
Das áreas desmatadas, cerca de 80% foram destinadas para a formação de pastos. O rebanho na floresta aumentou em 173% [3]. A Empresa Brasileira de Agropecuária (EMBRAPA) estima que nas terras com pastagens seja possível criar pelo menos três vezes mais gados do que se cria atualmente. Sendo necessário somente o uso de técnicas simples como a utilização de sementes gramíneas adaptados ao solo e ao clima da região, rodízio de pastagens e uso de adubos.
De acordo com o engenheiro agrônomo Luiz Carlos Balbino, na Amazônia há 50 milhões de hectares de pastos abaixo da média produtiva. Isso mostra que o Brasil não precisaria derrubar nenhuma árvore até 2030 para atender o aumento da demanda. Porém, como é mais dispendioso recuperar uma área, em torno de R$ 2.000 por hectare, muitos pecuaristas preferem devastar novas áreas, o que custa em média R$ 800 por hectare [4]
O surpreendente é que a Amazônia mesmo possuindo 33 milhões de habitantes e 370 povos indígenas distribuídos por nove países, possui 41,2% do seu território sob algum tipo de proteção. Apesar de que 17% da floresta não existem mais, e não há dados do que acontece no interior das áreas consideradas preservadas [5]. Ocupa uma área avaliada em 6,5 milhões de km quadrados em sua maior parte - aproximadamente 60%- pertencente ao Brasil e quinze dos 25 maiores desmatadores, 5 estão no Mato Grosso, 7 no Pará, 1 no Amazonas, 1 em Rondônia e 1 no Acre [6].



O estado do Mato Grosso responde por aproximadamente 50% do desflorestamento de toda a região amazônica e por não conseguir recuperar as áreas devastadas caminha para um processo de savanização. Já que a deficiência de nutrientes do solo torna a recuperação da floresta muito mais lenta. Os estudos da Universidade Federal de Viçosa (UFV) também apontam que o desmatamento de 40% da floresta causa uma redução da ocorrência de chuvas, aumentando o período de estiagem de 4 para 5 meses. E ainda existem outras pesquisas que alertam para a savanização em todo o território da região amazônica.
Conforme a meteorologista Mônica Senna não há como descartar a hipótese de que a floresta amazônica pode se transformar em savanas em virtude das mudanças climáticas, do aumento da concentração de gás carbônico e dos inúmeros incêndios provocados na região. Todavia os estudos apontam a possibilidade de savanização do norte do Mato Grosso, ressalta a meteorologista. Acrescentando que esse processo acarretaria uma perda significativa da biodiversidade, pois as espécies da floresta tropical demorariam séculos e até milênios para adaptarem-se a um novo ecossistema.


Um comentário:

Anônimo disse...

o aspecto do blog está piroso,mas a informação é boa